Ora bem... Afinal, qual a melhor forma de morrer?
- Ines Goes

- 26 de nov.
- 3 min de leitura
Sim, eu sei, falar de morte é sempre um tema “pesado”.
Mas já que ninguém sai daqui vivo, ao menos que fiquemos informados e com algum humor, certo?
Basicamente, os seguros de vida cobrem a morte, ou seja, pagam alguma coisa a alguém se você morrer.
Mas… nem todas as mortes são iguais. Algumas são “aceites”, outras são “excluídas”, e outras estão naquele limbo jurídico em que só Deus e a seguradora sabem quem tem razão.
Hoje, vamos falar das maneiras mais comuns de morrer em Portugal, e se o seguro de vida paga ou não paga.
1. Morte natural
Não há mistério aqui. Velhice, desgaste natural, fim de ciclo, chegou a hora... tudo dentro do plano e o seguro paga!
Pode morrer desta forma à vontade, desde que dentro do prazo estipulado na apólice (sim, porque se a apólice terminar aos 80 anos, é melhor morrer aos 79 está bem? Depois dos 80 já não vale a pena que o seguro já não paga).
2. Doença
Mais de 80% das mortes em Portugal acontecem por doença, sobretudo doenças cardiovasculares e oncológicas. Sabia disto?
Boas notícias: o seguro de vida aceita perfeitamente esta forma de morrer. Enfarte, AVC, cancro — tudo incluído, desde que não tenha mentido no questionário médico e que não tivesse já a doença diagnosticada antes de contratar o seguro de vida.
Ponto de vista: para poder morrer das doenças todas, sem limitações, então faça o seguro de vida antes de ser diagnosticado, ok? Quanto mais cedo melhor.
3. Acidente
Acidentes de viação, quedas, acidentes profissionais ou até domésticos (escadas, tapetes, tomadas, tachos, varandas...), todos cobertos, desde que não envolvam comportamentos de risco ou atividades proibidas. Informe-se sobre as exclusões, pois variam de seguradora para seguradora.
E sim, o seguro paga mesmo que o acidente tenha sido culpa da própria pessoa, desde que não haja dolo. Distraiu-se no telemóvel? Caiu das escadas? Tropeçou no gato? Foi no trabalho? Está coberto e o seguro paga.
4. Suicídio
Durante um período inicial - período de carência - que varia entre seguradoras (geralmente 2 anos), não pode morrer por suicídio porque o seguro não paga. Só depois disso.
5. Álcool e Drogas
O consumo de álcool não é automaticamente exclusão. Se houver um acidente e a taxa de álcool for moderada, o seguro normalmente cobre.
Mas se o relatório diz “embriaguez”, ou se os valores ultrapassarem os permitidos para a condução automóvel — adeus cobertura. Resumindo: se beber, não morra porque o seguro provavelmente não paga.
O mesmo vale para drogas ilícitas: se estiver sob o efeito de substâncias não prescritas, o seguro considera conduta de risco voluntário.
6. Atividades radicais ou desportivas
Escalada, mergulho, motociclismo, surf, desporto federado… Algumas seguradoras aceitam, outras excluem. Daí ser importante conhecer as condições e as exclusões antes de contratar um seguro de vida.
Depende também do tipo de prática (profissional ou amadora) e se foi comunicada no momento da contratação para aceitação do risco por parte da seguradora.
Moral da história: se gosta de viver no limite, avise-me. Vamos analisar o seu caso em concreto e procurar a melhor opção para si, para que possa morrer a fazer aquilo que gosta sem prejudicar quem cá fica.
7. Violência
Como não pode morrer se for para a guerra, participar em greves ou motins, ou a praticar um crime punível por lei, então o melhor é manter-se longe destas situações. Combinado?
Moral da história:
O seguro de vida não impede ninguém de morrer. Mas agora já sabe: há formas que são simpáticas para quem cá fica.
Saber exatamente o que se está a contratar não é pessimismo, é ser sensato. É saber que, se um dia acontecer o pior, a sua família tem as costas quentes porque deixou tudo tratado.
Fale comigo. O meu aconselhamento é gratuito e sem compromisso.
Não custa nada estar bem informado.
Ora bem... Afinal, qual a melhor forma de morrer?



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